Como formatar seu projeto de pesquisa de acordo com a ABNT

A norma de projetos de pesquisa é a 15287, publicada em 2011. No entanto, existem outras normas da ABNT que complementam os itens que usamos em um projeto, como a de citações e referências, por exemplo.

Não sei se você sabe, mas as normas da ABNT são publicadas todas em separado, então precisamos combiná-las quando fazemos um trabalho do começo ao fim. Para os projeto nós seguimos o mesmo raciocínio e vou fazer essas indicações quando for o caso.

Vamos então a estrutura do artigo de acordo com a norma e com alguns comentários meus para explicar melhor alguns pontos.

O que está marcado com um * é elemento obrigatório.

  • Capa: acredite se quiser, em projetos de pesquisa, a capa é opcional, mas caso você coloque, as informações necessárias são: nome da instituição, autor, título, cidade e ano.
  • Folha de Rosto*: aqui você vai colocar autor, título, tipo de projeto de pesquisa e nome da entidade a quem está submetendo, nome do orientador, cidade e ano.
  • Dados curriculares: a ABNT faz apenas uma menção a isso na norma e nem coloca regras, não é exatamente uma “parte” do projeto. Para processos seletivos não é comum de ser colocado.
  • Listas de ilustrações: vai existir se houver alguma ilustração no projeto que precise ser listada. Também podem ser feitas listas específicas, como figuras, quadros, etc.
  • Lista de abreviaturas e siglas: aqui você pode listar as abreviaturas e siglas utilizadas em seu texto, com o significado delas por extenso.
  • Sumário*: apresenta as seções do trabalho de acordo com a ordem em que aparecem, indicando também os seus respectivos números de página e hierarquia dos títulos.
  • Elementos Textuais*: o que eu chamo de recheio do trabalho, é todo o conteúdo em si. No caso de projeto de pesquisa, contempla a introdução (tema, problema, hipóteses, objetivo e justificativa), referencial teórico, metodologia, recursos e cronograma. Para as citações, usar as regras da NBR 10520 (a versão atual é de 2002).
  • Referências*: o título referências vai centralizado e sem indicativo numérico. Somente aparecem aqui as referências que foram citadas no corpo do projeto. A formatação de cada referência depende de que tipo de documento é (conforme NBR 6023). O alinhamento da lista é à esquerda, as referências são separadas entre si por um espaço simples e são ordenadas alfabeticamente.
  • Apêndice: elaborado por você e colocado ao final do projeto como algo complementar.
  • Anexo: não elaborado por você. Algo de terceiros que é colocado ao final do projeto como comprovação, fundamentação ou ilustração.
  • Existe a opção de colocar um glossário e um índice ao final do projeto, mas geralmente não é utilizado. É muito raro de ser feito, pois é muito trabalhoso.

Formatação:

  • A formatação padrão para o projeto é fonte tamanho 12 e espaçamento 1,5.
  • Fontes do tipo Arial ou Times New Roman, com alinhamento justificado.
  • Recuo de primeira linha (parágrafo) varia de 1cm a 2cm.
  • Paginação inserida no canto superior direito.
  • As citações diretas longas com mais de 3 linhas, notas de rodapé, legendas das ilustrações e tabelas e paginação são feitas em tamanho menor e uniforme, geralmente fonte 10 ou 11, e com espaçamento simples.
  • Margens esquerda e superior 3cm, margens direita e inferior 2cm.

Antes de finalizar, um lembrete: se você estiver tentando um processo seletivo para mestrado ou doutorado, precisa ler o edital com atenção, pois às vezes o programa pede coisas diferentes do que é estipulado pela ABNT. Além disso, frequentemente é pedido para enviar o projeto às cegas, ou seja, você não informa o seu nome na capa e folha de rosto.

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Guia completo para o seu processo seletivo de mestrado ou doutorado

Se você está se preparando para um processo seletivo de mestrado ou doutorado, este post é para você! Nele eu trago um guia completo para te ajudar nessa etapa tão importante. Vamos lá?

O que você vai encontrar nesse post:

Como preparar o terreno

Na casa dos meus pais sempre houve um grande terreno, que eles dividiam entre gramado (para a gente poder brincar), jardim (porque minha mãe adora flores) e horta (onde se plantava de tudo, inclusive árvores).

Crescer com uma horta em casa trouxe alguns benefícios: comida fresca e sem agrotóxicos, chá para qualquer mal-estar que não possa ser curado só com beijo de mãe, frutas para comer direto do pé e o desenvolvimento da paciência, entendendo que há o tempo de preparar a terra, o de plantar e o de colher.

Quando comecei a trabalhar com mentorias para processos seletivos de mestrado e doutorado, intuitivamente passei a usar o “preparar o terreno” para tudo aquilo que antecede o processo seletivo em si e deixa a pessoa mais preparada para encarar não só o edital, mas quem sabe até mesmo a vida acadêmica em si.

Preparar o terreno é fazer tudo aquilo que não está escrito em nenhum lugar, mas que vai te tornar um candidato mais seguro. É entender que sem preparar a terra, adubar e colocar sementes, é muito difícil nascer plantas boas sozinhas. É um processo a médio prazo, mas que tende a trazer benefícios quando chega a época de colheita: seu processo seletivo e sua aprovação.

Preparar o terreno garante aprovação? Não, não garante. Mas com certeza te aproxima mais do resultado final.

Aqui estou falando de cursar disciplina isolada, participar de grupo de pesquisa, se inscrever em eventos, assistir bancas, estudar inglês e antecipar a prova de proficiência, fortalecer o seu currículo com publicações e outras atividades, e muitas outras coisas que podem adubar seu processo seletivo.

E por falar em disciplina isolada, ela é uma grande oportunidade de ter um primeiro contato com o programa de pós onde você quer estudar.

Vale a pena fazer disciplina isolada?

Disciplina isolada é quando cursamos uma matéria no mestrado ou no doutorado sem estarmos regularmente matriculados naquele curso. Ou seja, somos alunos especiais. Alguns programas de pós abrem vagas para essa modalidade junto com o edital normal de ingresso; outros, abrem editais específicos para as matérias com essa possibilidade.

Mas a pergunta é: vale a pena?

A meu ver, sim. Cursar disciplina isolada é uma das estratégias do que eu chamo de “preparar o terreno”. Esse será seu primeiro contato com o programa de pós que você quer cursar. Principalmente se você está há bastante tempo fora da universidade, pode ser uma boa para voltar ao ritmo de estudos. Depois, caso entre como aluno regular, você poderá validar esses créditos da disciplina que cursou.

Também é uma ótima oportunidade para fazer networking, pois pense bem, ao mesmo tempo em que você conhece o professor e os colegas, eles também vão te conhecer. Por isso, se dedique!

Por fim, mas não menos importante, cursar disciplina isolada pode te ajudar a publicar. É comum os professores pedirem um artigo como trabalho final das disciplinas. Dessa forma, você pode aproveitar para melhorar também o seu currículo.

Mapeando editais anteriores

Quando decidimos participar de um processo seletivo para mestrado ou doutorado, a primeiríssima coisa que precisa ser feita é ler o edital.

Mas Ju, ainda não saiu o edital desse ano!

É aí, meu caro leitor, que você irá buscar os editais antigos, de anos anteriores.

Você vai olhar no site do programa de pós e baixar os editais dos processos seletivos de uns três anos anteriores. Com os PDFs em mãos, você vai começar a estudar esses editais.

Por que fazemos isso? Para descobrir padrões.

É muito raro que um programa de pós mude absolutamente tudo de forma radical de um ano para o outro. É mais comum que a estrutura se mantenha, com poucas alterações em algumas etapas. Ao estudar esses editais, observe:

  • Quando geralmente o edital é publicado?
  • Quando geralmente as inscrições abrem e fecham?
  • Quais são as etapas do processo seletivo?
  • Quais documentos preciso para fazer a inscrição?
  • Há bibliografia recomendada?
  • Há prova? Se sim, o edital fala como é essa prova?
  • Pede proficiência em inglês ou outro idioma?

Quais são as etapas mais comuns em processos seletivos

As etapas mais comuns variam de acordo com a área e com o edital. Pela minha experiência, geralmente a estrutura mais cobrada é:

  • Projeto de pesquisa
  • Currículo Lattes
  • Memorial
  • Prova
  • Entrevista

Em algumas áreas pode ser pedido também as provas de associações, como por exemplo da ANPAD, ou provas de proficiência de idiomas. Você vai descobrir os detalhes do processo seletivo lendo o edital.

Alinhe seu projeto de pesquisa

Todo mundo que já fez mentoria comigo em algum momento aprendeu a fazer matriz de consistência.

Mas afinal, o que é a matriz de consistência?

É um recurso onde conseguimos verificar a consistência e a lógica entre as dimensões da nossa pesquisa. Ou seja, avaliamos se problema, objetivo geral, objetivos específicos e metodologia estão conectados e fazendo sentido, ou como eu gosto de dizer, se estão conversando entre si.

A principal vantagem é ter o esqueleto da pesquisa todo em uma mesma folha, dando uma visão global e panorâmica desses elementos e da conexão entre eles.

Na prática, é basicamente um quadro com linhas e colunas. O mínimo que você precisa colocar é problema, objetivo geral, objetivos específicos e metodologia, mas a depender do tipo de pesquisa que você está fazendo, também pode adicionar justificativa, hipótese, resultados esperados, etc. A matriz pode ser personalizada de acordo com o que você precisar.

Veja um modelo simples de matriz de consistência. Note que para cada objetivo específico há uma correspondência de etapa/metodologia ser feita para atingi-los.

Recomendo fortemente que quem está participando de algum processo seletivo para mestrado ou doutorado faça a matriz, pois isso vai ajudar a deixar o projeto mais redondinho e trazer mais clareza na hora que precisar explicar essa pesquisa para alguém.

A matriz de consistência pode ser feita também para projetos de dissertação e tese, artigos científicos e trabalhos para eventos.

Atualmente essa é sempre a primeira coisa que faço quando estou iniciando qualquer trabalho. Mas importante! Você pode e deve ir atualizando a sua matriz quando a sua pesquisa for evoluindo e assumindo rotas diferentes. Ela não precisa ser feita uma única vez e ser imutável.

O principal benefício de fazer uma matriz de consistência, a meu ver, é que ela clareia nosso pensamento, pois simplifica a forma como vemos as coisas, já que saímos daquele formato tradicional e linear que estamos acostumados ao fazer texto corrido.

Como formatar seu projeto de pesquisa de acordo com a ABNT

A norma de projetos de pesquisa é a 15287, publicada em 2011. No entanto, existem outras normas da ABNT que complementam os itens que usamos em um projeto, como a de citações e referências, por exemplo.

Não sei se você sabe, mas as normas da ABNT são publicadas todas em separado, então precisamos combiná-las quando fazemos um trabalho do começo ao fim. Para o projeto nós seguimos o mesmo raciocínio e vou fazer essas indicações quando for o caso.

Vamos então a estrutura do projeto de acordo com a norma e com alguns comentários meus para explicar melhor alguns pontos. O que está marcado com um * é elemento obrigatório.

  • Capa: acredite se quiser, em projetos de pesquisa, a capa é opcional, mas caso você coloque, as informações necessárias são: nome da instituição, autor, título, cidade e ano.
  • Folha de Rosto*: aqui você vai colocar autor, título, tipo de projeto de pesquisa e nome da entidade a quem está submetendo, nome do orientador, cidade e ano.
  • Dados curriculares: a ABNT faz apenas uma menção a isso na norma e nem coloca regras, não é exatamente uma “parte” do projeto. Para processos seletivos não é comum de ser colocado.
  • Listas de ilustrações: vai existir se houver alguma ilustração no projeto que precise ser listada. Também podem ser feitas listas específicas, como figuras, quadros, etc.
  • Lista de abreviaturas e siglas: aqui você pode listar as abreviaturas e siglas utilizadas em seu texto, com o significado delas por extenso.
  • Sumário*: apresenta as seções do trabalho de acordo com a ordem em que aparecem, indicando também os seus respectivos números de página e hierarquia dos títulos.
  • Elementos Textuais*: o que eu chamo de recheio do trabalho, é todo o conteúdo em si. No caso de projeto de pesquisa, contempla a introdução (tema, problema, hipóteses, objetivo e justificativa), referencial teórico, metodologia, recursos e cronograma. Para as citações, usar as regras da NBR 10520 (a versão atual é de 2002).
  • Referências*: o título referências vai centralizado e sem indicativo numérico. Somente aparecem aqui as referências que foram citadas no corpo do projeto. A formatação de cada referência depende de que tipo de documento é (conforme NBR 6023). O alinhamento da lista é à esquerda, as referências são separadas entre si por um espaço simples e são ordenadas alfabeticamente.
  • Apêndice: elaborado por você e colocado ao final do projeto como algo complementar.
  • Anexo: não elaborado por você. Algo de terceiros que é colocado ao final do projeto como comprovação, fundamentação ou ilustração.
  • Existe a opção de colocar um glossário e um índice ao final do projeto, mas geralmente não é utilizado. É muito raro de ser feito, pois é muito trabalhoso.

Formatação:

A formatação padrão para o projeto é fonte tamanho 12 e espaçamento 1,5.

Fontes do tipo Arial ou Times New Roman, com alinhamento justificado.

Recuo de primeira linha (parágrafo) varia de 1cm a 2cm.

Paginação inserida no canto superior direito.

As citações diretas longas com mais de 3 linhas, notas de rodapé, legendas das ilustrações e tabelas e paginação são feitas em tamanho menor e uniforme, geralmente fonte 10 ou 11, e com espaçamento simples.

Margens esquerda e superior 3cm, margens direita e inferior 2cm.

Lembrete: se você estiver tentando um processo seletivo para mestrado ou doutorado, precisa ler o edital com atenção, pois às vezes o programa pede coisas diferentes do que é estipulado pela ABNT. Além disso, frequentemente é pedido para enviar o projeto às cegas, ou seja, você não informa o seu nome na capa e folha de rosto.

Como fazer o memorial

O memorial não é pedido por todos os programas de pós e às vezes é cobrado só para vagas de doutorado, por isso muita gente tem dúvidas do que é e como fazer.

Falar sobre memorial daria uma aula inteira, mas vou tentar trazer alguns pontos práticos nesse post.

Para começar, o que é um memorial?

É um documento narrativo escrito em primeira pessoa onde você vai contar a sua trajetória acadêmica e às vezes profissional também. Ou seja, você não vai apenas listar fatos, não é um currículo. É a história por trás desses fatos, suas escolhas e experiências.

A primeira coisa que você precisa saber é quantas páginas o edital está pedindo para esse material. Alguns pedem algo bem curtinho, outros algo mais longo. Isso afeta a quantidade de coisas que podem ser colocadas e a forma como a história será contada.

Na hora de estruturar o memorial, comece primeiro listando em tópicos os fatos importantes da sua trajetória, da graduação até o momento do processo seletivo. Por exemplo:

  • Entrou na graduação
  • Fez estágio
  • Participou de um congresso nacional e apresentou trabalho
  • Fez iniciação científica
  • Etc.

Depois, vá conectando esses pontos e fazendo com que vire uma história fluída. Não é para florear, mas também não é pra escrever de forma dura como se você nem conhecesse a pessoa de quem está falando (que é você!).

Escreva como esses fatos te formaram enquanto pesquisador e profissional, que oportunidades esses momentos te apresentaram, o que você aprendeu. Relacione com o seu tema de pesquisa sempre que possível. Coloque também suas intenções ao continuar estudando, como publicar mais sobre o assunto, participar de congressos, contribuir com grupo de pesquisa, se você aspira fazer um sanduiche no exterior, ser docente, etc. Não é pra mentir, hein? Se você não quer ir para o exterior, não coloque!

Não existe um único jeito de fazer o memorial. Você pode organizar em ordem cronológica ou agrupando itens semelhantes (todas as formações, todas as publicações, etc.). O ideal é conseguir um memorial de alguém que já passou por esse processo seletivo, para você se inspirar.

  • Por fim, alguns cuidados:
  • Não reclame
  • Não fale mal de pessoas ou lugares
  • Não plagie o memorial do coleguinha que você conseguiu para usar como exemplo
  • Não minta
  • Faça “propaganda” de si mesmo, mas não exagere
  • Confira as regras do edital!

Como estudar para a prova do mestrado ou doutorado

A primeira coisa a fazer é ler bem o edital para verificar se há alguma bibliografia indicada.

Se houver, você vai atrás desses materiais. Aqui vale pesquisar na internet, ver se tem na biblioteca ou comprar em livrarias e sebos. Também é sempre útil perguntar se algum amigo tem o livro/texto para emprestar.

Caso o edital não indique bibliografia, você pode mapear nas publicações da linha de pesquisa se há algum padrão de autores, teorias, etc. Isso vai te dar um direcionamento.

Além disso, você pode conversar com quem já fez esse mesmo processo seletivo antes, para perguntar sobre a estrutura e o nível de complexidade da prova. Isso ajuda bastante a ter uma noção do que vem pela frente.

Com o material em mãos, eu recomendo que você comece primeiro pesquisando quem são esses autores. É para te dar um pouco de contexto e ser algo pontual, não pra ficar horas lendo a biografia deles, ok?

Depois você vai estudar essa bibliografia na íntegra. Separe conceitos trazidos pelos autores, marcos temporais e as ideias principais dos textos.

Aqui você também pode fazer mapas mentais, usar código de cores na hora de grifar, fazer resumos e simular a prova, construindo possíveis respostas que articulem os diferentes autores e ideias.

Caso algum texto esteja muito difícil, você pode buscar resenhas, podcasts ou vídeos que falem sobre ele, para ajudar na compreensão. Mas atenção: isso é um recurso adicional, sempre dê preferência por estudar pelo texto original!

Por fim, escreva! Se achar que já escreveu bastante, escreva mais! É uma forma de se condicionar ao tipo de coisa que você terá que fazer na prova, já que a maioria delas é dissertativa. Além disso, você treina fisicamente “a mão” para esse exercício, porque ela vai cansar, acredite em mim, em geral não estamos mais acostumadas a escrever redações manuscritas.

Lista de perguntas para sua entrevista de mestrado ou doutorado

A entrevista é uma das etapas mais importantes do processo seletivo para mestrado e doutorado. É o momento de demostrar domínio do seu projeto e tirar dúvidas da banca em relação aos seus objetivos e expectativas.

A ideia desse post é te dar um roteiro de preparação para essa fase, incluindo possíveis perguntas que os professores podem te fazer.

Se preparando

Estude o seu projeto e saiba tudo na ponta da língua. Isso inclui conseguir justificar suas escolhas e explicar pontos que talvez não tenham ficado claros na escrita.

Seja sincero ao responder as perguntas, não minta. Se não souber algo, diga que isso pode ser verificado e decidido juntamente com o orientador durante o mestrado/doutorado.

As perguntas

Não há um padrão de perguntas para entrevista de mestrado e doutorado, elas dependem muito da banca de seleção, dos projetos que estão sendo avaliados e do interesse específico dos professores nos candidatos.

Porém, é comum que algumas questões sempre apareçam. Essa lista foi construída com base nas perguntas que os seguidores do Jornada Acadêmica receberam e compartilharam comigo no Instagram. Separei as perguntas em três categorias: gerais, sobre o projeto e pessoais.

Perguntas gerais

  • Qual sua formação?
  • Você tem tempo integral para se dedicar ao mestrado/doutorado?
  • Qual sua disponibilidade de tempo?
  • Você está tentando mestrado/doutorado em outra universidade?
  • Por que você está aqui?
  • Você está fazendo mestrado para ser professor?
  • Por que você quer fazer mestrado/doutorado?
  • Você tem interesse em continuar estudando no doutorado depois do mestrado?
  • Você precisa de bolsa?
  • Se não tiver bolsa, fará mesmo assim? Como irá se manter?
  • Quais suas experiências com pesquisa?
  • Fale sobre os dois últimos artigos do seu Lattes.
  • Como está seu inglês?
  • Você tem disponibilidade para se mudar pra cidade ou vir assistir as aulas?
  • Você tem preferência por orientador?
  • Você dará conta das disciplinas de estatística e metodologia?

Perguntas sobre o projeto

  • Você aceitaria modificar o projeto se necessário?
  • Você se sente confortável em trabalhar com outro tema que não o do projeto?
  • Para que serve esse projeto? Para quem?
  • Justifique seu projeto.
  • Como seu projeto dialoga com as linhas de pesquisa do programa?
  • Como seu projeto pode contribuir com o programa?
  • Como seus referenciais vão te ajudar a responder suas perguntas?
  • Você pode explicar a metodologia do seu projeto?
  • Você tem experiência com o método de pesquisa que colocou?
  • Por que você escolheu qualitativa/quantitativa na metodologia?
  • Por que você escolheu esse objeto?
  • Qual sua motivação para essa pesquisa?
  • Como você pretende investigar isso?
  • Quais são seus referenciais teóricos?
  • Como você irá financiar a sua pesquisa?
  • Qual o potencial de inovação do seu projeto?

Perguntas pessoais

Aqui, uma observação: sei que algumas perguntas são inadequadas, mas optei por colocar porque elas existem. Elas foram feitas para alguns seguidores do Jornada Acadêmica quando estes participaram de seus processos seletivos.

  • Onde você mora?
  • Qual a sua rotina?
  • Você pretende engravidar nos próximo dois anos?
  • Seu marido está ciente?
  • Você tem filhos?
  • Qual seu estado civil?
  • Como você vai se sustentar durante o mestrado?
  • Mas você trabalha, está disposta a se dedicar somente a pesquisa?
  • Você vai conseguir conciliar trabalho com o curso?
  • Como você pretende se sustentar em outro Estado?

É interessante treinar possíveis respostas para essas perguntas, de preferência falando mesmo.

Se tiver alguém com quem possa simular a entrevista, também é uma boa ideia. Peça para a pessoa fazer perguntas “surpresa” pra você, inclusive sobre seu projeto.

No dia da entrevista, se arrume, beba água, seja pontual. Se estiver muito nervosa, tome um chá de camomila. Seja educada e agradeça no final da entrevista.

Organização para o processo seletivo

Se você vai prestar um processo seletivo para mestrado ou doutorado, é interessante que você se organize para não deixar passar nenhum detalhe.

Datas

A primeira coisa a prestar atenção são as datas. Coloque na sua agenda quais são os prazos mais importantes do edital que você está participando, como abertura e fechamento das inscrições, resultados das etapas e resultado final.

Caso o edital ainda não esteja aberto, mapeie em editais anteriores quando geralmente ele é lançado e anote essa data para monitorar.

Projeto

A grande maioria dos programas de pós pedirá um projeto. Mapeie no edital quais são as regras (quantidade de páginas, seções, formatação) e anote em separado. Assim você terá um modo rápido de consultar quando estiver construindo esse texto.

Se o edital ainda não tiver sido lançado, veja nos anteriores quais são as regras e comece a esboçar o seu projeto, assim você já vai adiantando as coisas.

Documentação

Preste atenção em quais documentos são necessários para a inscrição. Não corra os risco de não ser homologado porque faltou alguma coisa.

Já crie uma pastinha no seu computador com os documentos digitalizados e organizados. Veja se o edital pede que junte tudo em um PDF só, se for o caso já faça isso também e deixe pronto. Não deixe para última hora.

Estudos

Se você precisa fazer uma prova, divida o conteúdo que precisa estudar em partes menores.

Faça um cronograma de trás pra frente começando na data da prova e vindo até o dia atual. Distribua nesse cronograma os conteúdos que precisa estudar.

Organize também seu material de estudos, não deixe tudo espalhado. Assim a hora que você for sentar para estudar já terá tudo a mão: planejamento + material disponível.

Lattes

Não deixe para alimentar seu Lattes só no último dia. Embora não seja difícil, é um pouco trabalhoso e pode ser que a plataforma demore algumas horas para atualizar, o que vai te atrapalhar bastante se você estiver com o prazo apertado.

Isso também vai te ajudar a ver se é necessário ir atrás de algum certificado que está faltando para comprovar suas produções.

Acione o modo stalker acadêmico!

Por fim, mas não menos importante, seja um stalker acadêmico! Se você pretende prestar algum processo seletivo para mestrado e doutorado, precisa conhecer bem o programa de pós e as pessoas que atuam nele. Acionar o modo stalker acadêmico é correr atrás dessas informações. Você vai fazer o seguinte:

Explorar o site do programa, lendo todas as informações e principalmente as linhas de pesquisa.

Se você já sabe para qual linha de pesquisa vai tentar, é hora de conhecer os professores. Saiba quem são os docentes e entre no Lattes de todos eles para ver o que estão publicando, de que grupos de pesquisa fazem parte, quem orientam, em quais temas, etc.

Se você tem em mente algum professor específico com quem gostaria de trabalhar, veja no Lattes quais são as publicações mais recentes e leia. Veja também quem esse professor está orientando e entre no Lattes dos alunos para fazer uma varredura.

Caso já conheça alguém que estuda nesse programa, converse! Faça perguntas sobre como as coisas funcionam e como são as pessoas.

Quanto mais informações você tiver sobre como as coisas funcionam e como as linhas de pesquisam trabalham, mais fácil será de estudar e direcionar o seu projeto de pesquisa para esse programa de pós.

Espero que esse guia tenha sido útil para você. Boa sorte!

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Como formatar artigo científico de acordo com a ABNT

Neste post eu quis trazer um resumo das principais regras da ABNT para a formatação de artigos científicos. Lembrando que se você quiser aprofundar e aprender tudo relacionado a trabalhos acadêmicos, o meu curso ABNT Descomplicada é o lugar ideal para isso!

Aprenda a aplicar as normas da ABNT nos seus trabalhos acadêmicos de uma forma simples e didática, com linguagem acessível e exemplos da vida real.

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A norma de artigos é a 6022, publicada em 2018. No entanto, existem outras normas da ABNT que complementam os itens que usamos em um artigo, como a de resumos, citações e referências, por exemplo.

Não sei se você sabe, mas as normas da ABNT são publicadas todas em separado, então precisamos combiná-las quando fazemos um trabalho do começo ao fim. Para os artigos nós seguimos o mesmo raciocínio e vou fazer essas indicações quando for o caso.

Vamos então a estrutura do artigo de acordo com a norma e com alguns comentários meus para explicar melhor alguns pontos. O que está marcado com um * é elemento obrigatório.

Estrutura do artigo de acordo com a ABNT:

Título no idioma do artigo*: se o artigo está português, será no nosso idioma.

Título em outro idioma: geralmente em inglês.

Autor*: é colocado na forma direta, com nome e sobrenome e em nota a vinculação institucional e contato. Atenção: se for submeter para uma revista, não coloque autor. É preciso garantir o anonimato na submissão, a não ser que o periódico indique o contrário.

Resumo no idioma do artigo*: seguindo as regras da norma de resumos (NBR 6028), são 100 a 250 palavras e abaixo colocamos 3 a 5 palavras-chave separadas entre si por ponto e vírgula.

Resumo em outro idioma: geralmente em inglês, mas algumas revistas também pedem em espanhol. Adicionar também as palavras-chave traduzidas.

Datas de submissão e aprovação do artigo*: responsabilidade da revista na hora da editoração, você não coloca nada.

Identificação e disponibilidade: também responsabilidade da revista na hora da editoração, você não coloca nada.

Parte textual*: o artigo em si, com introdução, desenvolvimento e considerações finais. Os títulos desse recheio do artigo são alinhados à esquerda e com indicativo numérico. Não usar ponto, travessão ou qualquer outro sinal entre o indicativo numérico e o título (NBR 6024). Para as citações, usar as regras da NBR 10520 (a versão atual é de 2002).

Referências*: o título referências vai centralizado e sem indicativo numérico (NBR 6024). Somente aparecem aqui as referências que foram citadas no corpo do artigo. A formatação de cada referência depende de que tipo de documento é (conforme NBR 6023). O alinhamento da lista é à esquerda, as referências são separadas entre si por um espaço simples e são ordenadas alfabeticamente.

Glossário: é uma lista de palavras técnicas usadas no texto e suas definições. Muito raro de isso aparecer em algum artigo. Eu mesma nunca vi.

Apêndice: algo elaborado por você e que complementa o artigo. É raro de aparecer, pois geralmente quando há algo a mais, é colocado no sistema da revista e depois publicado como arquivo suplementar.

Anexo: algo elaborado por terceiros e que complementa o artigo. Também é raro de aparecer, pois geralmente quando há algo a mais, é colocado no sistema da revista e depois publicado como arquivo suplementar.

Agradecimentos: aqui você pode agradecer a pessoas ou instituições que fizeram alguma contribuição relevante para a pesquisa ou a elaboração do artigo.

Financiamento: não está na norma, mas recomendo colocar em item separado dos agradecimentos. Indicar o projeto de pesquisa, agência de fomento ou tipo de bolsa recebida para condução da pesquisa. Para pesquisas financiadas de alguma forma pela CAPES, seguir o que diz a Portaria nº 206, de 4 de setembro de 2018: “O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001”

Formatação:

A formatação padrão para o artigo é fonte tamanho 12 e espaçamento simples. As citações diretas longas com mais de 3 linhas, notas de rodapé, legendas das ilustrações e tabelas e paginação são feitas em tamanho menor e uniforme, geralmente fonte 10 ou 11.

A norma indica que as configurações gráficas são responsabilidades do editor. Isso significa que você deve olhar as diretrizes para submissão da revista para a qual quer enviar o trabalho e verificar tipo de fonte, tamanho de margens e outras configurações adicionais.

Na dúvida ou ausência de direcionamentos, siga o padrão mais convencional: margens esquerda e superior 3cm, margens direita e inferior 2cm. Fontes do tipo Arial ou Times New Roman, com alinhamento justificado. Recuo de primeira linha (parágrafo) varia de 1cm a 2cm. Paginação inserida no canto superior direito.

Para finalizar, um recado importante:

Se você for submeter o seu texto para uma revista, veja o que ela está pedindo nas diretrizes para autores e siga essas indicações. Nem sempre o periódico usa ABNT, e às vezes ele usa a norma apenas para citações e referências, não para o resto da formatação.

Dicas para apresentar trabalhos em eventos

Antes do evento

Crie um roteiro: antes mesmo de fazer os slides, caso você vá utilizar, crie um roteiro dos principais tópicos que irá apresentar e organize a sequência das ideias. Você pode utilizar papel e caneta para isso.

Slides: confira se o evento possui um template de que deve ser utilizado. Lembre de inserir somente o texto necessário para apoiar sua fala. Se puder colocar imagens e gráficos que exemplificam de forma visual seus dados, melhor.

Treine: ensaie sua fala com base no roteiro que você escreveu e nos slides (ou pôster) já prontos. Fale em pé, simule o ambiente e o tempo do evento. Treine para NÃO LER os slides no dia da apresentação! Eles são somente seu apoio e uma síntese da sua fala para o público acompanhar.

Prepare-se para perguntas: veja quais pontos do seu trabalho podem levantar questionamentos e se prepare de antemão com respostas adequadas.

Backups: salve os arquivos que irá utilizar em 2 ou 3 formatos diferentes (ppt e pdf, por exemplo) e tenha sempre um backup: pendrive, email, dropbox, etc.

Durante o evento

Chegue com antecedência: tenha tranquilidade para achar o local, testar sua apresentação e se acomodar.

Vista-se com roupa confortável: utilize uma roupa que te deixe a vontade. Veja também se o evento possui algum dresscode que deva ser respeitado (mais social, por exemplo).

Leve água: não espere a coordenação do evento fornecer, garanta sua própria água. Além de te manter hidratado, você pode beber água para fazer pequenas pausas antes de responder perguntas, por exemplo, caso precise de alguns minutos para pensar.

Não interrompa as perguntas: deixe que a pessoa termine a pergunta antes de responder, tome notas se for necessário para auxiliar a resposta. Caso não saiba responder na hora, diga que irá procurar uma solução e dará um retorno depois e que está disponível para continuar conversando sobre o assunto no intervalo.

Coloque-se à disposição para conversar depois da apresentação ou responder eventuais dúvidas por email: nem sempre dá tempo de todas as colocações serem feitas após a apresentação. Coloque-se à disposição para continuar conversando, isso pode render boas parcerias no futuro.

Entendendo um pouco sobre o Qualis

Esse é um assunto que volta e meia eu falo lá no Instagram. Já fiz até uma live sobre qualis e fator de impacto, que infelizmente não ficou salva. Hoje eu vou dar uma geral sobre o assunto e em posts futuros pretendo abordar de forma mais direcionada as dúvidas mais comuns. Vamos lá?

Quando entramos na pós e passamos a nos preocupar com a publicação de artigos, é inevitável que essa palavrinha chamada “qualis” apareça na nossa vida. Pra começar, a gente precisa entender que a função do qualis é servir como uma ferramenta de avaliação da produção bibliográfica dos programas de pós-graduação. Como não é possível avaliar os artigos de forma individual, isso é feito através dos periódicos onde se publica. 

É por isso que a classificação qualis é feita sempre a posteriori, ou seja, a lista oficial sai a cada 4 anos na plataforma sucupira e é alimentada com base nas publicações que os programas de pós informam à CAPES. 

O qualis vigente hoje, junho de 2020, é o que corresponde aos anos cheios de 2013 a 2016. Os estratos que temos vigentes são: A1, A2, B1, B2, B3, B4, B5 e C, sendo A o melhor e C o pior. Como que as revistas chegam nesses estratos? É gerada uma pontuação pra elas de acordo com algumas características como indexação em determinadas bases de dados, por exemplo. 

Uma coisa que é interessante você saber: cada estrato tem um teto, então pra um periódico subir de qualis, outro tem que descer. Há um limite. Muitas vezes um periódico tem todas as características de um estrato mais alto, mas não sobe porque há uma barreira. Exemplo: se tenho 3 revistas muito boas, iguais, mas o A1 só aceita 2, uma delas vai ter que descer. 

Me conte nos comentários se você já conhecia essa dinâmica do qualis e quais as suas dúvidas!